A curiosa espada de 900 anos encontrada no mar Mediterrâneo
![publisherLogo](https://timnews.com.br/system/media_partners/image_1x1s/4386/thumb/Aventuras_na_Histo%CC%81ria.png)
Aventuras Na História
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)
Neste mês de agosto, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla original), órgão do governo israelense que supervisiona as escavações, pesquisas e conservação de artefatos arqueológicos no país, revelou as conclusões de um estudo realizado recentemente a respeito de uma curiosa espada.
Com 88 centímetros de comprimento e 4,6 cm de largura, a lâmina, descoberta no fundo do mar Mediterrâneo durante uma expedição subaquática de 2021, foi apelidada de Newe-Yam. Ela foi submetida a uma análise mais aprofundada por um time de pesquisadores que buscava descobrir mais detalhes a seu respeito.
Confeccionada entre 800 e 900 anos atrás, a arma provavelmente pertenceu a um soldado que lutou nas Cruzadas — conflito militar organizado pela Igreja Militar entre os séculos 11 e 13 durante o qual tropas tentaram expulsar o povo islâmico da Palestina, considerada pelos cristãos como a chamada "Terra Santa".
Concreção marinha
O artefato, vale mencionar, possuía seu exterior incrustado de conchas e sedimentos, ou seja, estava coberto por concreção marinha, que acontece quando objetos de ferro em processo de corrosão interagem com o ambiente oceânico, conforme explicado pelo portal The Wreck of the Week.
O fenômeno, embora impeça os cientistas saberem como era a aparência original da espada Newe-Yam, é também o motivo pelo qual ela sobreviveu por tantos séculos, sendo mantida protegida da ferrugem:
A concreção é responsável por desacelerar o processo de oxidação, preservando a espada em sua totalidade. Caso contrário, o ferro teria enferrujado e se desintegrado na água", explicaram os pesquisadores do Autoridade de Antiguidades de Israel através de uma publicação em sua página oficial do Facebook.
Com o uso de tecnologias de raio-x, o time foi capaz de revelar o contorno da arma por baixo das camadas de conchas e sedimentos. Um detalhe curioso é que ela se encontrava torta, o que levou os especialistas a concluírem que a lâmina foi perdida em meio a uma batalha.
Isso, pois, caso tivesse sido usada mais vezes, seu dono a teria endireitado, o que já era possível com as técnicas de moldar metais utilizadas na época.
Achado valioso
O comunicado liberado pela IAA também explica o quão rara é a espada, o que torna sua descoberta particularmente importante para o estudo do período histórico ao qual ela pertence:
"Considerando as batalhas sangrentas que ocorreram no país entre os cruzados e os muçulmanos, conhecidas por diversas fontes históricas, poderíamos esperar encontrar mais espadas desse tipo. Na prática, encontramos principalmente fragmentos, muito poucas espadas inteiras. Até o momento, foram encontradas no país sete espadas desse período, a maioria delas descobertas no mar", aponta o arqueólogo Jacob Sharvit na mensagem divulgada pelas redes sociais.
O motivo por trás dessa raridade de lâminas medievais sobreviventes, é que eram feitas com ferro de grande qualidade, consideradas um bem valioso no período. Dessa forma, mesmo quando deixavam de ser usadas, seu metal ainda costumava ser reciclado para a fabricação de outros objetos.
"Era a principal arma no combate corpo a corpo naquela época. As espadas exigiam muito ferro de qualidade e, portanto, eram caras. Além disso, a luta com espadas exigia treinamento e prática e, portanto, apenas a nobreza e os soldados profissionais lutavam com elas", descreveu ainda outro envolvido no estudo, Joppe Gosker, de acordo com o LiveScience.
![icon_WhatsApp](/images/share/icon_WhatsApp.png)
![icon_facebook](/images/share/icon_facebook.png)
![icon_email](/images/share/icon_email.png)