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Afinal, como começam as guerras?
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Afinal, como começam as guerras?

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Aventuras Na História
22/02/2025 17h00
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©Getty Imagens
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Quando voltamos a 2014, talvez a maior memória dos brasileiros seja a (infame) derrota por 7 x 1 para a Alemanha – um evento trágico que repercute até hoje em nossa Seleção Canarinho, mas que não alterou a dinâmica global. Já fora do Brasil e dos campos, naquele mesmo ano, aconteciam muitos outros fatos que devem ser lembrados – dessa vez, com impactos que se estendem no mundo até os dias atuais.

Há uma década, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, chegava ao poder (e se mantém no cargo desde então); em Hong Kong, uma onda de protestos por mais liberdade tomava conta das ruas (e o governo chinês foi rápido em responder aos manifestantes – para a frustração deles); o ebola voltava a ameaçar a África (um prelúdio de outra pandemia seis anos mais tarde); o Estado Islâmico fazia sua “estreia” no Oriente Médio, chocando o mundo com sua virulência (a recente queda do regime dos Assad em Damasco, na Síria, está diretamente ligada a isso); ondas de migrantes e refugiados da África e da Ásia começavam a rumar para a Europa (dando origem ao fenômeno que ficou conhecido como “Crise dos Refugiados”); e claro, o mais importante evento geopolítico daquele ano: a Rússia (re)anexava a Crimeia.

Quando olhamos para o ano anterior, 2013, outro turbilhão geopolítico aconteceu. A China anunciava o início, ou melhor, a reabertura, de uma rota de comércio há muito esquecida: a Rota da Seda. Fechada em 1453 com a queda de Constantinopla perante os canhões de Mehmet II, mais de meio milênio depois, o então recém-empossado presidente chinês, Xi Jinping, propunha reabrir o comércio entre Ocidente e Oriente por via terrestre. Havia também o componente marítimo, mas a ideia da Nova Rota da Seda era (e é) reviver o intenso fluxo de mercadorias pela Eurásia.

A mudança, que passou quase despercebida no Brasil naquele ano, “simplesmente” propunha mudar as rotas de comércio estabelecidas desde as grandes navegações. Se recuarmos um pouco mais, ainda temos a Crise do Subprime (2008) e a consequente Crise da Zona do Euro (2009), além do 11 de Setembro no início do século (2001), que deu início a 20 anos de Guerra ao Terror.

Seguindo a lógica, ao trazer a História para o presente (sem esquecer que tivemos uma pandemia entre 2020 e 2022), temos também o conflito na Ucrânia (2022-), o conflito Israel-Hamas (2023-), a Terceira Guerra do Líbano (2024-) e uma série de combates pelo planeta. Já em 2025, com o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, a geopolítica sofrerá novas mudanças tectônicas: além de a extrema-direita ganhar um ânimo renovado mundo afora – especialmente na Europa e na América do Sul –, o discurso de Trump contra a China aumentou o risco de “despertar o dragão adormecido”. Antes visto como uma possibilidade remota, um confronto direto entre EUA e China, motivado por Taiwan – que os chineses chamam de “província rebelde” – se torna cada vez mais provável.

Como se não bastasse, ainda na Ásia, vemos a instabilidade política da Coreia do Sul. Que melhor momento para atacar seu adversário do que quando este está com a “casa desarrumada”? Não é segredo nenhum que a vizinha Coreia do Norte há muito tempo quer definir o que está em suspenso desde 1953. Com Forças Armadas que contam com efetivo de mais de 1 milhão de homens (com outros milhões rapidamente mobilizáveis) e com a recente experiência de combate que estão adquirindo no front ucraniano, a península coreana pode se tornar outro “ponto quente” no Extremo Oriente.

Como começam?

Assim, finalmente chegamos ao coração da pergunta que dá título a esta coluna: como começam as guerras? Há várias maneiras. Contudo, chegou a hora de pensarmos no que já se fala mais abertamente: a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial pode já ter uma causa posta.

Quando analisamos os anos que antecederam a Segunda Guerra, tivemos: os japoneses invadindo a Manchúria em 1931, depois passando para a invasão do resto da China (1937); os italianos na Abissínia (hoje Etiópia), numa guerra que durou de 1935 a 1937; um embate na Europa, a Guerra Civil Espanhola de 1936 a 1939; sem contar todos os avanços e anexações que os alemães fizeram entre 1936 e a invasão da Polônia, o início em si da Segunda Guerra, em 1939.

Pois a História, querido leitor, está sendo escrita junto a estas linhas. O caminho para um novo conflito de proporção global já está sendo desenhado. Quando chegará, permanece um mistério. Mas há ainda a pergunta final: como ele acabará? Algumas edições atrás escrevi nesta coluna que o ser humano faz a guerra para celebrar a paz; hoje, refaço a frase: “o ser humano faz a guerra para vender a paz”. A guerra, como um fenômeno humano, cobra seu preço.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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