Al-Nakba: O exôdo em massa de palestinos que está no cerne do conflito com Israel
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Aventuras Na História
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Os dias 14 e 15 de maio de 1948 marcaram profundamente a história de Israel e da Palestina, sendo lembrados todos os anos desde então.
Enquanto a primeira dessas datas marca a fundação do Estado de Israel e representa uma realização para os judeus após o Holocausto, a segunda é lembrada pelos palestinos como o início de um grande êxodo que está no cerne do conflito de décadas com Israel. O evento é conhecido como "Al-Nakba", que significa "a catástrofe" em árabe.
Como destaca uma matéria do portal BBC News, poucas depois da declaração de independência de Israel, que finalizou o mandato britânico na Palestina — estabelecido em 1923 pela Liga das Nações para coordenar a divisão das terras na região — tropas de países árabes iniciaram uma ofensiva contra o novo Estado.
É importante destacar que, quando a administração britânica se encerrou em 15 de maio de 1948, não havia uma direção clara em relação à possível criação de um estado palestino.
Resposta de Israel
Israel, então, respondeu aos ataques com forças militares recém-formadas e recebeu apoio de voluntários internacionais conhecidos como Machal. O conflito resultou no deslocamento de aproximadamente 700 mil palestinos durante a Primeira Guerra Árabe-Israelense. A causa e o número exato de palestinos deslocados, no entanto, são fonte de debate contínuo entre as partes envolvidas.
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Os palestinos alegam inúmeras expulsões. Eles também dizem que muitos foram impedidos de voltar. Por sua vez, Israel defende que não adotou uma política de expulsões, embora reconheça casos isolados atribuídos a ações individuais de agentes estatais ou paramilitares.
Em dezembro de 1948, a ONU emitiu a Resolução 194, que permitia o retorno de todos os refugiados palestinos que desejassem voltar e propunha o pagamento de indenizações aos que optassem por não fazê-lo.
Aumento do território
Após a vitória de Israel na guerra de junho de 1949, houve um aumento do território sob domínio israelense em relação às fronteiras iniciais da partilha. Na época, a cidade de Jerusalém foi dividida: sua parte ocidental ficou sob controle de Israel e a parte oriental passou a ser administrada pela Jordânia, um dos países vizinhos que participou da guerra.
Conflitos contínuos e crescentes tensões entre árabes e judeus na região resultaram em um grande êxodo de palestinos para países árabes vizinhos após a nakba (a catástrofe).
Como resultado, o número de palestinos que vivem como refugiados aumentou para cerca de 5 milhões, de acordo com a ONU. Yasser Arafat, então presidente da Autoridade Nacional Palestina, cravou o Dia da Nakba no calendário palestino em 1998.
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Na antiguidade
O nome Palestina foi originado a partir dos romanos. Eles ocuparam a região um longo tempo, desde cerca de 63 a.C. até o século 4 d.C. Após reações diante da ocupação, judeus foram expulsos de suas terras pelos romanos por volta de 70 d.C.
Posteriormente, no século 7 d.C., a região foi conquistada pelos árabes com o surgimento do Islã, e, durante as Cruzadas, viu-se envolvida em confrontos entre forças árabes e cristãs europeias, ambas buscando o controle da Terra Santa.
A partir de 1516, a Palestina passaria a fazer parte do Império Otomano, que durou até a Primeira Guerra Mundial. Após o conflito, a região foi ocupada por franceses e britânicos, que redefiniram as fronteiras com países vizinhos.
Presença do Reino Unido
No início dos anos 1920, a Palestina passou formalmente para o controle do Reino Unido, e com o apoio britânico, judeus tiveram a possibilidade voltar à região da Terra Santa. Para se ter ideia, até 1948 Jerusalém era a capital do Mandato Britânico da Palestina.
Em setembro de 1947, a Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina defendeu a criação de um Estado judeu no Oriente Médio com base em argumentos religiosos, históricos e na Declaração de Balfour de 1917, que expressou o apoio britânico a um "lar nacional" para os judeus na Palestina.
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Já em 29 de novembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução indicando a partilha da Palestina com o intuito de substituir o Mandato Britânico. Assim, em 1956, Israel, com o apoio de França e Inglaterra, declarou guerra ao Egito durante um conflito relacionado à nacionalização do Canal de Suez e ao fechamento do porto de Eilat no Mar Vermelho por Gamal Abdel Nasser, então presidente egípcio.
Surge o Al Fatah
Nesse período, surgiu o Al Fatah, o Movimento para a Libertação Nacional da Palestina, um importante grupo político-militar palestino co-fundado por Yasser Arafat, que posteriormente lideraria a Autoridade Palestina.
Em junho de 1967, ocorreu a Guerra dos Seis Dias. Israel enfrentou forças sírias, egípcias e jordanianas e saiu vitorioso. Após essa vitória, Israel assumiu o controle de Jerusalém Oriental e começou a construir assentamentos para colonos na região.
A ONU estabeleceu vários campos de refugiados na época nos países vizinhos, incluindo Jerusalém Oriental. No entanto, desde então, os conflitos na região se intensificaram, como vemos agora.
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