Antropólogo James Suzman reflete sobre o trabalho e o tempo na sociedade moderna

É comum que, na sociedade moderna, tenhamos diversos questionamentos e dúvidas quando analisamos nosso modo de vida atual. Para quem mora em grandes cidades, a oportunidade de encontrar uma oferta variada de empregos, e de alcançar os múltiplos cargos existentes é, em muitas das vezes, algo positivo. Mas quais desses trabalhos e suas posições são, de fato, necessários para a nossa vida? Será que não estamos desperdiçando nosso tempo e energia com trabalhos que não seriam necessários? James Suzman amplia o debate e responde a esses questionamentos . 

Em seu livro “Trabalho: Uma História de Como Utilizamos o Nosso Tempo”, o autor nos mostra uma perspectiva diferente sobre trabalho quando comparada às que nos foi apresentada por economistas e administradores, grupo que costuma dominar o debate sobre a temática. Suzman afirma que a ideia de que precisamos trabalhar duro para encontrar a realização não é algo que sempre existiu na história humana, fazendo com que nossa percepção de trabalho e entendimento sobre o real sentido de vida foi modificada a cada revolução produtiva da humanidade. 

Para se aprofundar no assunto, o escritor entrou em uma experiência única para analisar as diferentes vivências no planeta. Abordando cerca de 300 mil anos de história, o ensaio foi dividido em quatro partes narrando os estudos e experiências de Suzman. Em sua primeira parte, por exemplo, o autor narra sua jornada de 15 anos na convivência com povos como Ju/‘hoansi, que são os últimos nômades a viverem de coleta, caça e pesca em Kalahari, no sul do continente africano. 

A obra é necessária para quem busca compreender, em todos os lados, a história da sociedade e as complexidades de sua formação. Entender como as principais revoluções afetam a humanidade até os dias de hoje, ascende uma poderosa reflexão sobre o modo de vida que foi adotado e adaptado para quase - senão - todos os países do planeta. 

O AUTOR

James Suzman é um antropólogo, PhD e especializado em povos que vivem no lado sul do continente africano. É diretor da Anthropos Ltd., Think tank que desenvolve e aplica métodos baseados na antropologia, que visam desenvolver soluções para problemas sociais e econômicos da atualidade.