Culpado pelo assassinato de três meninas na Inglaterra confessa o crime
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O jovem britânico Axel Rudakubana, de 18 anos, assumiu a culpa nesta segunda-feira, 20, pelo assassinato de três meninas no norte da Inglaterra. O crime ocorreu em 29 de julho e gerou violentos protestos anti-imigração em várias partes do Reino Unido.
O julgamento se deu em Liverpool, onde Rudakubana admitiu ser o autor das mortes de Bebe King, Elsie Dot Stancombe e Alice da Silva Aguiar, de 6, 7 e 9 anos. As crianças participavam de uma aula de dança temática inspirada na cantora Taylor Swift, em Southport, no noroeste do país.
O ataque, que também deixou oito crianças e dois adultos feridos, provocou uma onda de manifestações instigadas por grupos de extrema-direita, os quais difundiram falsas alegações de que o acusado seria um solicitante de asilo muçulmano.
No entanto, Rudakubana, natural do País de Gales e de ascendência ruandesa, vem de uma família cristã.
Acusações
Além dos homicídios, o jovem foi acusado de tentar produzir ricina, uma substância altamente tóxica, e de portar um manual de treinamento da Al-Qaeda. No total, ele confessou 16 crimes, incluindo três assassinatos, 10 tentativas de assassinato e as acusações relacionadas à produção de veneno e posse de material extremista.
Durante a audiência, Rudakubana, usando um agasalho cinza, permaneceu sentado em silêncio e apenas se declarou “culpado” quando as acusações foram lidas. A sentença será divulgada na próxima quinta-feira, 23.
Os protestos que se seguiram ao crime duraram vários dias, marcados por depredações a hotéis que abrigavam refugiados, vandalismo contra mesquitas e confrontos entre manifestantes, contramanifestantes e a polícia.
O primeiro-ministro Keir Starmer, que havia assumido o cargo recentemente, condenou a violência promovida pela extrema-direita e garantiu medidas rigorosas contra os responsáveis.
Desde os distúrbios, mais de 410 pessoas foram condenadas, e mais de 360 receberam penas de prisão. As sanções mais severas até o momento foram aplicadas a dois homens, sentenciados a nove anos de reclusão.
Em outubro, o príncipe William e sua esposa, Kate, visitaram Southport para prestar homenagem às vítimas e às pessoas que auxiliaram na identificação do criminoso. A aparição marcou o retorno de Kate aos compromissos públicos após concluir um tratamento de quimioterapia.