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Descobertas no Mar do Norte sugerem novas perspectivas sobre a Era do Gelo
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Descobertas no Mar do Norte sugerem novas perspectivas sobre a Era do Gelo

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Aventuras Na História
20/01/2025 19h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16444413/original/open-uri20250120-17-19tv3xa?1737399901
©Luca Galuzzi via Wikimedia Commons (imagem meramente ilustrativa)
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Pesquisadores identificaram enormes formações no fundo do Mar do Norte que indicam que a região foi coberta por uma imensa camada de gelo durante a última era glacial.

As formações, detalhadas com precisão por meio de imagens de alta resolução, estavam enterradas sob cerca de 1 quilômetro de lama.

ChristineBatchelor, professora sênior de geografia física na Universidade de Newcastle, no Reino Unido, explicou que as evidências revelam o avanço e recuo de uma única camada de gelo colossal há cerca de 1 milhão de anos.

Formas de relevo indicam que uma única camada de gelo cobria a Noruega - Christine Batchelor

Isso desafia teorias anteriores que sugeriam a presença de várias camadas de gelo menores que teriam se expandido e retraído ao longo do tempo. Estudos recentes indicam que marcas no leito marinho, anteriormente atribuídas a geleiras, são, na verdade, resultado de fortes correntes oceânicas.

Encontramos evidências conclusivas de um grande avanço de gelo nesse período", afirmou Batchelor, acrescentando que outras regiões podem ainda conter vestígios de camadas de gelo menores.

A equipe utilizou dados de ondas sonoras de alta resolução para mapear as formações. Segundo Batchelor, os pesquisadores não estavam à procura de nada específico, tornando a descoberta ainda mais surpreendente.

Implicações

A análise revelou características associadas a camadas de gelo aterradas, que movimentam sedimentos ao avançar e recuar, criando formações erosivas e deposicionais.

Durante o avanço, essas formações assumem formas aerodinâmicas alinhadas ao fluxo de gelo, enquanto, no recuo, deixam marcas perpendiculares ao fluxo.

A camada de gelo data de um período conhecido como Transição do Pleistoceno Médio (MPT), entre 1,3 milhão e 700 mil anos atrás. Esse intervalo marcou uma mudança significativa no ciclo das eras glaciais, que passaram a ocorrer a cada 100 mil anos, e não a cada 40 mil anos, como se pensava.

Batchelor destacou que esse período representa uma mudança climática importante. "Os períodos glaciais tornaram-se mais longos e intensos, e muito trabalho tem sido feito para entender por que essa mudança ocorreu."

Detalhes da camada de gelo descoberta - Christine Batchelor

Embora o estudo publicado na Science Advances em 13 de dezembro de 2024 não ofereça respostas definitivas, ele fornece pistas cruciais sobre as condições climáticas da época.

As formações indicam que a camada de gelo se estendia da atual Noruega em direção às Ilhas Britânicas. Algumas marcas deixadas pelo recuo do gelo lembram cristas de compressão de fendas — estruturas formadas quando o gelo pressiona sedimentos macios antes de recuar. Essas cristas são preservadas quando a água levanta o gelo do sedimento, deixando marcas nítidas.

Ao longo dos milênios, as formações foram cobertas por lama, permanecendo ocultas até agora.

A descoberta oferece vislumbres valiosos sobre como as camadas de gelo reagem às mudanças climáticas. "Entender onde essas camadas estavam e como se comportavam nos ajuda a compreender os feedbacks climáticos que continuam a ocorrer, mesmo que de forma diferente, nos dias de hoje", concluiu Batchelor.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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