Evidências de conflito relatado na Pedra de Roseta são encontrados no Egito
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Recentemente, foram encontradas em escavações no norte do Egito restos de ossos, moedas e cerâmicos que podem indicar que o local foi palco de um conflito entre egípcios e gregos que, até então, era de conhecimento somente em registros escritos, como a importante Pedra de Roseta, que também auxiliou na compreensão moderna dos hieróglifos.
Datada de 196 a.C, a peça fornece uma série de evidências sobre a Grande Revolta, uma batalha entre gregos e egípcios do Egito Ptolomaico — quando a Grécia dominava a região —, que era de conhecimento somente a partir dela e de outros textos históricos. Até que, recentemente, um grupo de arqueólogos encontrou evidências materiais de um local em que poderia ter ocorrido um desses conflitos.
No local, restos de diversos edifícios, que haviam sido queimados na batalha, foram desenterrados, assim como um esconderijo de artefatos como armas, moedas, e uma estátua sem cabeça da rainha ptolomaica Arsinoe II. "As evidências arqueológicas [da revolta] são bastante raras", aponta Jay Silverstein, arqueólogo e professor da Universidade de Nottingham Trent, no Reino Unido, e codiretor do projeto, ao The Art Newspaper.
Existem vários decretos e inscrições, como a Pedra de Roseta, alguns relatos históricos e alguns papiros com referências indiretas, mas quando se trata de encontrar os locais onde o conflito ocorreu, até onde posso dizer, esse é o primeiro que foi reconhecido", prossegue.
No entanto, o local, que já vinha sendo escavado, só foi observado como um possível palco de batalha entre gregos e egípcios depois que uma série de restos humanos não sepultados foram encontrados. "No Egito, as pessoas prestam muita atenção em enterrar os mortos, então ter pessoas desenterradas diz muito", explica Silverstein ao Live Science.
Descobertas
Conforme repercutido pela revista Galileu, entre os achados havia o esqueleto de um jovem com as pernas saindo de um grande forno — que, de acordo com os pesquisadores, poderia estar usando o lugar para se esconder de seus agressores — e de um homem de 50 anos, que apresentava algumas feridas, indicando que poderia ter morrido enquanto se defendia.
Porém, não se sabe se aqueles restos mortais pertenciam a gregos ou egípcios, mas o local possivelmente serviu de palco para batalha entre os grupos. Além do mais, também é apontado no artigo que, embora não tenha sido o único, aquele foi um dos maiores e mais duradouros conflitos registrados do período, em que os egípcios queriam se libertar do domínio ptolomaico.