Neta de Marighella fala sobre 'esquecimento' dos crimes ocorridos durante a ditadura
Aventuras Na História
Neta de Carlos Marighella e presidenta da Funarte, Fundação Nacional de Artes, Maria Marighella chamou atenção para um fato que afeta a história brasileira atualmente: o 'esquecimento' dos crimes ocorridos durante a ditadura militar, iniciada em 1 de abril de 1964 e durou até 15 de março de 1985.
Em meio a uma visita no Museu Sítio de Memória Esma, que no passado serviu como local de detenção, extermínio e tortura para a ditadura na Argentina, Maria disse que o incentivo a memória e justiça no país inspira ações ao redor do América Latina.
Em sua fala, Maria também relembrou que, no Governo Bolsonaro, as comissões que avaliavam e buscavam reparação para crimes da ditadura foram extintas.
"No último governo brasileiro, as comissões da verdade, que avaliavam os casos de tortura, morte e desaparecimentos, ocorridos na ditadura foram desmontadas. Conhecer a nossa história é fundamental para que os crimes do passado não incidam sobre o que somos hoje enquanto sociedade", disse Maria Marighella, como repercutido com exclusividade pela Coluna de Ancelmo Gois, no O Globo.
Diferente da Argentina, que julgou e responsabilizou os crimes ocorridos durante a ditadura, o Brasil não condenou um único agente que atuou ativamente no período histórico.
Presidenta da Funarte
Maria foi nomeada presidenta da Fundação Nacional de Artes – Funarte em fevereiro deste ano. É a segunda vez que a atriz e produtora cultural trabalha na Fundação. Entre 2015 e 2016, ela foi coordenadora de teatro da entidade. Além disso, integrou o processo de construção da Política Nacional das Artes.
A respeito da ditadura militar brasileira, Maria Marighella pede não só que os agentes públicos, responsáveis por tortura e mortes, sejam responsabilizados, mas também que respondam os agentes privados que foram os grandes financiadores do golpe. Ela também pede que não exista mais a comemoração do golpe de 64.