Pesquisadores liderados por brasileiro recriam face de homem medieval anão
Aventuras Na História
Após mais de três décadas desde a descoberta dos restos mortais de um homem com nanismo em Łekno, na Polônia, pesquisadores conseguiram criar uma representação facial aproximada do indivíduo.
O designer 3D brasileiro Cicero Moraes liderou a pesquisa, que foi registrada em uma pré-impressão no site bioRxiv nesta segunda-feira, 28. A colaboração envolveu Marta Krenz-Niedbała e Sylwia Łukasik, do Instituto de Biologia Humana e Evolução da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia; e Camilo Serrano Prada, da Clínica San Marcel, na Colômbia.
A técnica de aproximação facial foi baseada em dois modelos 3D do crânio do homem enterrado no cemitério polonês, identificado como "Ł3/66/90". Seus restos esqueléticos, datados dos séculos 9 a 11 d.C., sugerem que ele faleceu entre 30 e 45 anos de idade.
Um estudo anterior, publicado em agosto de 2022, revelou que o homem medieval sofria de acondroplasia, uma forma de nanismo hereditária e congênita que afeta a estatura corporal. Homens com essa condição geralmente possuem uma altura média de 1,30 m, enquanto mulheres têm em média 1,25 m, de acordo com a Galileu.
Diferentes características
Além da redução da estatura, o nanismo acondroplásico também provoca características como encurtamento desproporcional dos membros em relação ao tronco, limitações de movimento nos cotovelos e quadril, além da formação da chamada "mão tridente", em que os dedos ficam mais curtos e espessos.
Além do diagnóstico de acondroplasia, o estudo de 2022 identificou que o indivíduo também sofria de discondrosteose de Léri-Weill, uma rara condição que causa encurtamento anormal dos antebraços e pernas, bem como hemimelia ulnar, uma anomalia congênita rara do membro superior caracterizada pela ausência total ou parcial do osso ulna, como informado pela base de doenças raras Orpha.net.
Até onde sabemos, não existe qualquer outra aproximação facial de um indivíduo com acondroplasia, o que situaria este estudo como o primeiro deste tipo no mundo”, disseram os pesquisadores. “Com o nosso trabalho, gostaríamos de enfatizar que, mesmo em casos de graves deformações esqueléticas, a aparência facial pode ser recriada de forma eficaz”.