Delação sobre o PCC menciona pagamento de propina a autoridades em São Paulo

Um depoimento prestado ao Ministério Público de São Paulo revelou que o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antônio Gritzbach, mencionou um suposto pagamento de propina no valor de 4,2 milhões de reais a três autoridades do estado. O deputado estadual Delegado Olim, o diretor do Deic, Fábio Pinheiro Lopes, e o delegado Murilo Fonseca Roque foram citados pelo delator. Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, o empresário apresentou essas informações em setembro e, dois meses depois, foi executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O suposto pagamento teria ocorrido em abril de 2022, intermediado pelo advogado Ramsés Gonçalves, em benefício de Gritzbach em um processo por lavagem de dinheiro.

De acordo com o depoimento, a quantia destinada às autoridades visava facilitar a restituição do passaporte do empresário, o desbloqueio de seus bens e garantir sua liberdade durante os processos legais. Fábio Pinheiro Lopes, um dos citados, afirmou que os benefícios solicitados pelo delator não foram concedidos, destacando que os imóveis de Gritzbach permanecem bloqueados no âmbito do inquérito conduzido pelo Deic e seu passaporte ainda está retido na delegacia. O diretor do departamento assumiu a função no início de 2022, aproximadamente um mês antes do início da investigação contra o delator.

O depoimento de Gritzbach apontou que Ramsés Gonçalves teria demandado um montante de 5 milhões de reais para prestar ajuda legal, sendo 800 mil referentes a honorários advocatícios e o restante destinado a supostas propinas. O delator afirmou ter efetuado parte do pagamento em espécie, além de uma transferência bancária no valor de 300 mil reais em junho de 2022. O pagamento também incluiu a entrega de "diversos cheques" e dois apartamentos, segundo o depoimento. Por sua vez, o delegado Murilo Fonseca Roque, que estava à frente do 24º Distrito Policial à época, foi afastado de suas funções pela Secretaria de Segurança Pública, uma vez que estava lotado no 3° DP de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

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