Polícia Federal desmantela quadrilha de tráfico de animais silvestres no Rio de Janeiro
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Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Federal realizou a operação Defaunação, que resultou na desarticulação de uma quadrilha envolvida no tráfico de animais silvestres. A investigação teve início após a apreensão de macacos na residência da influenciadora Nicole Bahls, no início de 2023. Durante a ação, um bombeiro foi preso.
No total, três pessoas foram detidas durante a operação, que visava combater a captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres, inclusive espécies ameaçadas de extinção. De acordo com as investigações, os animais capturados eram submetidos a maus-tratos e vendidos por valores que chegavam a até R$ 120 mil nas redes sociais. Estima-se que o grupo tenha lucrado cerca de R$ 15 milhões em um ano com essa prática criminosa.
A quadrilha contava com a participação de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Comando de Policiamento Ambiental, além de uma universitária e dois médicos veterinários. Os criminosos falsificavam documentos e selos públicos do Ibama e do Inea para dificultar a fiscalização dos órgãos ambientais.
A operação contou com três mandados de prisão preventiva e vinte mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Niterói, abrangendo os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. A Polícia Federal teve o apoio das Corregedorias da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros durante a ação.
Durante as buscas, a PF encontrou um pônei debilitado em um trailer na residência do bombeiro, no bairro Araçatiba, em Maricá. Em outra localidade de Maricá, chamada Itaipuaçu, um casal foi preso e armas e munição foram apreendidas. Também em Itaipu, em Niterói, foram encontradas cobras em caixas.
Segundo a PF, pelo menos 120 macacos-prego foram traficados pela quadrilha, incluindo macacos-prego-de-crista, espécie ameaçada de extinção. Além disso, iguanas, cervos, araras, papagaios e outros pássaros eram oferecidos pelos criminosos. Os animais eram anunciados nas redes sociais, com preços variando de R$ 20 mil a R$ 120 mil, dependendo da espécie e da existência de documentos falsos.
Os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. As penas para esses crimes podem chegar a 58 anos de reclusão. Os compradores que adquiriram os animais ilegalmente também poderão responder pelo crime de receptação, exceto aqueles que colaborarem entregando os animais espontaneamente e fornecendo informações à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente.