Morre paciente que recebeu 1º transplante de coração de porco
Mega Curioso
A primeira pessoa do mundo a receber um transplante de coração geneticamente modificado de um porco morreu cerca de dois meses após a cirurgia.
Com 57 anos, David Bennett aceitou participar do experimento após ser rejeitado em várias listas de espera para um coração humano. Normalmente, essa decisão costuma ser tomada quando o paciente está muito debilitado.
Ainda não está claro se o corpo de Bennett rejeitou o órgão. Os representantes do hospital afirmam que não podem comentar sobre a causa da morte, porque exames ainda estão sendo realizados. Eles planejam publicar o resultado final em uma revista médica.
Como foi a cirurgia?
Fonte: University of Maryland School of Medicine/Shutterstock
Em 31 de dezembro de 2021, a cirurgia revolucionária foi autorizada. Como Bennett tinha sido considerado inelegível para um transplante convencional ou uma bomba de coração artificial, receber o coração de porco geneticamente modificado era a sua única opção.
Antes da cirurgia, o paciente chegou a conceder uma entrevista dizendo saber ser um tiro no escuro, mas essa era a sua última escolha.
O coração de porco transplantado para Bennett sofreu dez modificações genéticas para se aproximar com as condições do órgão humano. Quatro genes foram inativados, inclusive um que impediria o coração de crescer após o transplante.
Além disso, seis genes humanos foram inseridos no genoma do porco doador para que o órgão fosse mais tolerável ao sistema imunológico humano.
O transplante deu errado?
Fonte: University of Maryland School of Medicine/Reprodução
No primeiro momento, a cirurgia foi um sucesso sem sinais de rejeição por várias semanas. Segundo o hospital, antes de falecer, David Bennett teve a oportunidade de passar tempo com a sua família, fez fisioterapia e assistiu ao Super Bowl.
Ele não chegou a receber alta depois do transplante e em seus últimos dias, sua condição começou a deteriorar. Contudo, ainda não há uma resposta oficial para o que realmente aconteceu.
Próximos passos para um transplante mais seguro
Fonte: Freepik/Divulgação
A perspectiva de usar órgãos de animais para salvar humanos é uma história longa e um pouco conturbada, com ativistas contra e a favor.
Os últimos estudos na área têm sido focados em porcos porque os órgãos deles são mais parecidos com os dos humanos, apesar de terem um sistema imunológico diferente.
Por conta disso, as pesquisas em andamento trabalham com modificação genética para remover moléculas que desencadeiam rejeição imunológica. Nesse sentido, entender o que realmente aconteceu com David Bennett é importante para o futuro desses estudos.