Porque que existiram tantos filósofos gregos?
Mega Curioso
Você já deve ter notado que ouvimos falar muito mais sobre os filósofos gregos antigos do que os de qualquer outro lugar. Isso nos induz a imaginar que eles eram muitos e que até respondiam pela maior parte do pensamento filosófico.
Sem dúvidas, existiram muitos filósofos gregos, mas quando comparados ao resto do mundo e da História, eles são uma pequena parte. Mesmo que estejamos nos concentrando apenas nos tempos antigos.
Também havia filósofos indianos, chineses, latinos, egípcios e outros tantos mais antigos que não conhecemos porque seus textos e pensamentos se perderam com o passar dos séculos.
Então, o mais adequado é nos questionar por que os gregos são os mais conhecidos. Bom, não existe uma única explicação para isso. Há, sim, um conjunto de fatores que ajudaram a Grécia a se tornar tão influente no pensamento filosófico. Acompanhe!
Tales de Mileto. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)
Fundamentos da sociedade ocidental
De Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo grego, aos estoicos e céticos, a filosofia grega ampliou os horizontes do pensamento ao abrir as portas para uma forma particular de pensar, fornecendo as bases para a produção intelectual e até para a estruturação da civilização ocidental, ou seja, a nossa.
Por isso, não é estranho que os filósofos gregos antigos sejam conhecidos como alguns dos maiores pensadores do mundo.
Tinham liberdade
A Grécia Antiga fornecia liberdade aos seus pensadores graças à ideia de democracia que tinham. Ou seja, era possível pensar para além do senso comum.
Além disso, as cidades gregas tinham por costume investir em tecnologia, cultura e artes, sendo que até mesmo as regiões voltadas para o aspecto militar valorizavam isso. Outros povos, como os persas, focavam mais em agricultura, comércio e conquistas territoriais.
A morte de Sócrates. (Fonte: Gordon Johnson /Pixabay / Reprodução)
Evolução da linguagem
Após o período conhecido como Idade das Trevas Grega, que se inicia com o fim da civilização micênica e invasão dórica, em torno 1.150 a.C., e termina com a criação e ascensão das cidades-estado, por volta de 800 a.C., os gregos conseguiram desenvolver uma linguagem mais sofisticada, expressiva e complexa que outros povos da época.
Com isso, passaram a ter uma educação formal melhor desenvolvida, além de uma ampla produção literária e filosófica. Sendo assim, puderam difundir esses aspectos para uma quantidade maior de pessoas, tanto localmente, quanto fora de lá.
Platão. (Fonte: Netmundi/Reprodução)
Transmitiam os conhecimentos
As cidades-estados gregas não competiam entre si apenas no campo de batalha. A rivalidade também envolvia a cultura e arte. Basta observar que até a militar Esparta tinha certa preocupação com esses pontos.
Além disso, não podemos nos esquecer que em torno de muitos filósofos gregos, como os sofistas e estoicos, formavam-se grupos de seguidores que ajudavam a difundir ainda mais o pensamento de seus mestres, assim como escolas, a exemplo do Epicurismo e Aristotelismo.
Os estoicos, por exemplo, iniciados por Zenão no século III a.C., continuaram a transmitir fortemente seus pensamentos através do Império Romano. Sem contar que muitos líderes tiveram os gregos como mestres, por exemplo, Alexandre, o Grande, cujo preceptor foi Aristóteles.
Aristóteles. (Fonte: Toda Matéria/ Reprodução)
Claro, os latinos, de quem os romanos surgiram, também eram adeptos e incentivadores das artes, filosofia e cultura em geral. Mas você pode se perguntar porque não se fala tanto em pensadores romanos tanto quanto os gregos.
Sobre isso, é interessante observar que o foco dos romanos estava mais no consumo do que na produção. Amavam a Grécia a ponto de adotarem parte de sua cultura. Estudavam a fundo os filósofos gregos, preservando e até transmitindo suas ideias, mas raramente acrescentavam algo as suas obras.
Roma estava mais preocupada em expansão territorial e ter uma logística eficiente para alimentar seus milhares de soldados, enquanto dominava províncias e aumentava o império. Nisso, sim, os romanos se destacaram e se tornaram tão conhecidos quanto os filósofos gregos.