Tesla é acusada por segregação racial em fábrica na Califórnia

O Departamento de Emprego Justo e Habitação da Califórnia (DFEH) denunciou a Tesla, na quarta-feira (9), por segregação racial no ambiente de trabalho de uma de suas fábricas na região. A montadora publicou um comunicado oficial, antes mesmo da denúncia ser realizada, negando todas as acusações.

Segundo Kevin Kish, diretor do DFEH, após centenas de denúncias, o departamento encontrou evidências de que a fábrica de Fremont da Tesla é um local de trabalho racialmente segregado. “Trabalhadores negros são submetidos a insultos raciais e discriminados em atribuições de trabalho, disciplina, pagamento e promoção criando um ambiente de trabalho hostil”, afirma.

(Fonte: Tesla/The Guardian/Reprodução)

Segundo o caso da DFEH, as áreas da fábrica onde grande parte dos funcionários negros e afro-americanos trabalhavam eram chamadas “estação de macacos da varanda” e pichações racistas eram deixadas em salas de descanso, banheiros e estações de trabalho.

Segundo os depoimentos, essas pichações foram deixadas por meses enquanto gerentes e supervisores eram “participantes ativos e/ou testemunhas desses comentários racistas”. Eles ainda relatam que funcionários negros recebiam trabalhos mais exigentes fisicamente por dizerem que “eram mais adequados” para a função, além de receberem punições com mais frequência que colegas não negros e que promoções eram negadas — levando a uma sub-representação na gestão da empresa.

A Tesla já havia enfrentado um processo por assédio racial e discriminação na fábrica de Fremont, tendo que pagar US$ 137 milhões a um funcionário em outubro de 2021. Este denunciou o ambiente de trabalho onde ouvia “epítetos racistas diários” e foi instruído a “voltar para a África” por colegas.

Resposta da Tesla

O post do blog sobre o processo antecipou a denúncia da DFEH e disse que a Tesla “se opõe fortemente a todas as formas de discriminação e assédio e tem uma equipe dedicada de Relações com Funcionários que responde e investiga todas as reclamações”.

No entanto, a empresa acusou a DFEH de processar a Tesla em vez de trabalhar construtivamente com a empresa enquanto esta é a última montadora remanescente na Califórnia. “Isso é injusto e contraproducente, especialmente porque as alegações se concentram em eventos de anos atrás”, alegou a empresa.