Ciclone polar em Urano é registrado pela primeira vez por observatório
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A atmosfera de Urano pode não ser tão inerte como se pensava anteriormente, quando a sonda Voyager 2 da NASA passou pelo gigante de gelo em janeiro de 1986. Um estudo recente detectou um ciclone polar no planeta pela primeira vez.
A descoberta foi realizada utilizando as poderosas antenas de rádio do observatório Very Large Array (VLA) localizado no estado do Novo México, nos Estados Unidos, e foi registrada na revista Geophysical Research Letters na terça-feira (23). As observações realizadas em 2015, 2021 e 2022 com o VLA foram as mais detalhadas já feitas na atmosfera de Urano.
As antenas permitiram uma visão abaixo das nuvens do planeta, revelando que o ar circulante no polo norte apresenta características de um ciclone, sendo mais quente e seco.
Com essa descoberta, os cientistas confirmaram que todos os planetas do Sistema Solar, exceto Mercúrio, possuem atmosferas com sinais de vórtices polares giratórios. Esses vórtices podem ser ciclones, que giram na mesma direção que o planeta, ou anticiclones, que giram na direção oposta à rotação.
“Essas observações nos dizem muito mais sobre a história de Urano. É um mundo muito mais dinâmico do que você imagina”, diz o principal autor da pesquisa, Alex Akins, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em comunicado. “Não é apenas uma simples bola azul de gás”.
Novo olhar
Devido à posição de Urano, que leva 84 anos para completar uma órbita ao redor do Sistema Solar, o planeta está atualmente em uma posição mais visível. Nas últimas décadas, seus polos não estavam voltados para a Terra, mas a partir de 2015, os cientistas tiveram uma visão melhor.
Os especialistas continuarão observando para acompanhar a evolução do ciclone recém-descoberto nos próximos anos, segundo a Galileu. “O fato de ainda estarmos descobrindo coisas tão simples sobre como a atmosfera de Urano funciona realmente me deixa animado para descobrir mais sobre esse planeta misterioso”, diz Akins.