Reinstalação da estátua de conquistador espanhol do Peru causa polêmica em Lima
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Uma imponente estátua de bronze de Francisco Pizarro, o conquistador espanhol do Peru, foi reinstalada em uma área próxima ao seu local original na praça principal de Lima, após 22 anos de sua remoção. Esta ação parece ser parte de um esforço para reabilitar o legado controverso do conquistador.
Pesando 7 toneladas e com 5 metros de altura, a escultura inspirada no Renascimento italiano retrata Pizarro montado em um cavalo com sua espada em punho. A reinauguração ocorreu no último sábado, 18, coincidentemente com as comemorações do 490º aniversário da fundação da capital peruana.
A reintegração
A praça principal foi isolada do público e protegida por policiais enquanto a estátua, coberta por um manto branco, era revelada pelo prefeito de Lima, Rafael López Aliaga, e pela presidente regional de Madrid, Isabel Díaz Ayuso. A política espanhola, representando o conservador Partido Popular (PP), foi convidada a participar das festividades em honra à cidade.
A reintegração simbólica da figura de Pizarro, responsável pela derrota do Império Inca com apenas 167 homens, gerou reações polarizadas em uma nação ainda marcada por divisões raciais e sociais profundas. Em 1532, Pizarro capturou o imperador inca Atahualpa e o manteve como refém até que sua câmara fosse preenchida com ouro e prata; ele foi executado no ano seguinte.
Após saquear Cusco, a capital incaica, Pizarro fundou Lima em 1535. Inicialmente chamada Cidade dos Reis, Lima foi a capital do Vice-Reinado espanhol na América do Sul até a independência do Peru em 1821.
Durante a cerimônia, que contou com a presença de descendentes de Pizarro, Díaz Ayuso declarou que a estátua homenageia "não apenas o nascimento de uma cidade, mas também o início de um encontro histórico que transformou o mundo para sempre". Ela acrescentou que a mudança da estátua significava "o reencontro da figura de Pizarro com o coração histórico de Lima", destacando o respeito pela história da cidade.
No entanto, um pequeno grupo de manifestantes utilizou instrumentos tradicionais andinos feitos de conchas e gritou palavras como "Fora Pizarro" e "genocídio" durante os discursos, repercute o The Guardian.
O ex-candidato presidencial Yonhy Lescano expressou no Twitter que "os peruanos não desejam isso" e que admiram figuras como Tupac Amaru e Micaela Bastidas, líderes de rebeliões contra os colonizadores espanhóis no século XVIII. Ele finalizou afirmando que "paramos de ser colônia há muito tempo".