Tribunal de Nuremberg: condenação de nazistas completa 75 anos
Mega Curioso
O fim da Segunda Guerra Mundial , em 1945, deixou uma grande ferida aberta na sociedade. Após o caos e destruição no mundo trazido pelos nazistas, a comunidade internacional buscava contabilizar os culpados. Então, entre 1945 e 1949, uma série de 13 julgamentos aconteceram em Nuremberg, na Alemanha.
Em 2021, o famoso caso do Tribunal de Nuremberg completa 75 anos do que ficou marcado como um marco para o estabelecimento de uma corte internacional. Portanto, vamos relembrar tudo que aconteceu durante essa época e quais foram as medidas tomadas para responsabilizar os contraventores.
Encontrando os responsáveis
(Fonte: Wikimedia Commons)
Com Adolf Hitler morto por suicídio, o maior responsável pelos acontecimentos terríveis da Segunda Guerra Mundial jamais seria cobrado no Tribunal de Nuremberg. Ao fim do conflito armado, os Aliados entraram em um cabo de guerra político para decidir o que fazer com os demais líderes nazistas capturados.
Muitos requisitavam que houvessem execuções sumárias, enquanto outra parte defendia a existência de um Tribunal Militar Internacional para educar o mundo sobre o que aconteceu. O primeiro grande julgamento teve início no dia 20 de novembro de 1945 e terminou no dia 1º de outubro de 1946.
Entre os 22 líderes nazistas investigados na primeira análise, 12 deles foram condenados à morte por enforcamento. Porém, também foi exigido que fizessem uma investigação psicológica dos presos para tentar entender qual era a origem de toda a sua maldade e quais foram as razões para cometerem tamanhas atrocidades.
Análise psicológica
(Fonte: Wikimedia Commons)
Nuremberg havia sido escolhida cidade-sede dos julgamentos por seu valor simbólico. Foi naquela região da Baviera que diversos comícios políticos e paradas em favor do Partido Nazista tinham acontecido antes do início da Segunda Guerra. Além disso, o Palácio da Justiça, que miraculosamente sobreviveu ao bombardeio aliado, seria onde o Tribunal Militar Internacional se instalaria.
A arquitetura do prédio era ideal por possuir uma prisão anexa, onde os acusados poderiam permanecer em cárcere e vigiados a todo momento. Dois analistas, sendo um psiquiatra e um psicólogo, foram encarregados de conduzir horas de entrevistas e testes para avaliar cada um dos acusados. Seus nomes eram Douglas Kelley e Gustave Douglas.
Na visão de Douglas, os réus nazistas eram criaturas diferentes dos seres humanos e apresentavam características maléficas. Por outro lado, Kelley acreditava que cada um dos soldados nazistas eram apenas carreiristas capazes de realizar qualquer coisa para avançar profissionalmente, sem nada particularmente monstruoso em seu comportamento.
Resultado controverso
(Fonte: Wikimedia Commons)
Diversas personalidades do governo nazista, como Robert Ley, líder do Reich e chefe da Frente Trabalhista Alemã, e Rudolf Hess, substituto de Hitler, foram analisados pelo teste de Rorschach — teste de avaliação psicológica também conhecido popularmente como o "teste do borrão de tinta".
Entretanto, as opiniões de Kelley e Douglas eram tão diversas que todos os resultados permaneceram em segredo de justiça por anos. Isso fez com que muitas pessoas considerassem o Tribunal de Nuremberg extremamente polêmico e controverso na época, visto que nenhum resultado concreto foi obtido.
Mesmo após o conflito, a Alemanha não havia expressado arrependimento público pelas práticas nazistas nos primeiros anos após a guerra e a maioria dos membros do partido não receberam nenhum tipo de punição pelos seus crimes cometidos.
De qualquer maneira, o Tribunal de Nuremberg estabeleceu o precedente legal para a desnazificação e criou um registro de evidências tão convincentes que, quando mostrado ao público alemão, dissipou qualquer sugestão de que o regime nazista era inocente das acusações feitas contra ele.